sábado, 31 de janeiro de 2009

COLATERALIDADE DA VISÃO MECANICISTA

De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS - o órgão técnico das Nações Unidas que representa a máxima autoridade sanitária mundial, saúde não é só sinônimo de ausência de doença, mas um estado de completo bem-estar físico, mental e social, um direito fundamental de cada individuo.
O estudo das causas das enfermidades, dos mecanismos através dos quais elas agem e as alterações que produzem no organismo, é o compito da medicina chamada patológica. A higiene, também chamada medicina preventiva, deve-se preocupar da prevenção das doenças, enquanto que as curas são de responsabilidade da terapia medica e cirúrgica.
A doença e suas causas: - Define-se doença qualquer condição anormal do organismo que limita a plena eficiência física ou mental do individuo. Neste sentido, é uma doença um resfriado como um estado acentuadamente ansioso ou depressivo, uma intoxicação alimentar ou a fratura de uma perna. Assim sendo, por normas higiênicas entende-se não fumar, alimentar-se de forma correta, viver em ambientes sadios, mas também evitar o stress, vestir um agasalho, utilizar um capacete quando existem riscos de queda e guiar o carro de forma prudente.
Doenças congênitas são definidas as que se manifestam desde o nascimento. Elas podem consistir em uma malformação derivada de um “erro” no desenvolvimento do feto, ou podem ser transmitidas pela mãe através da placenta, assim como pode acontecer, por exemplo, com a AIDS. Em outros casos as doenças congênitas têm origens genéticas, portanto hereditárias, ou seja, transmissíveis de uma geração para outra. As doenças hereditárias podem consistir em anomalias cromossômicas, quando o problema diz respeito à estrutura ou ao numero de cromossomos - como acontece, por exemplo, com a síndrome de Down - enquanto que os demais casos são chamados monogênicos, porque tem a ver com a alteração de um único gene - como acontece, por exemplo, com a fenilchetonuria ou a anemia falciforme.
Doenças adquiridas são definidas - muito mais difundidas do que as congênitas - todas as que podem ser contraídas ao longo da vida após o nascimento, em seqüência a diversos fatores ambientais. Não existe, todavia, um limite bem definido entre as doenças adquiridas ou congênitas, especialmente no que diz respeito às genéticas, uma vez que muitas doenças dos adultos podem ter como origem uma certa tendência de natureza genética, enquanto que algumas doenças genéticas podem ter origem, ou seja, evolução, duração e êxito variável de acordo com a alimentação ou à própria vida do paciente.
Doenças infectadas, as únicas contagiosas, ou melhor, transmissíveis de uma pessoa para a outra, são causadas pela agressão seja de microorganismos patogênicos como, por exemplo, bactérias, vírus, proteu ou fungos, assim como parasitas pluricelulares como, por exemplo, alguns vermes entre os quais a tênia ou insetos microscópicos como os ácaros. Através do contagio o organismo patogeno passa de um individuo para o outro utilizando as seguintes modalidades:
1. Transmissão aérea: o patogeno é transmitido através das minúsculas gotículas de vapor ou de saliva que se difundem no ar quando o individuo espirra, respira ou fala, como acontece com a influencia, resfriado, catapora e a rubéola.
2. Transmissão fecal – oral: o patogeno semeado pelas fezes de uma pessoa infectada pode poluir a água e os alimentos. Transmissões deste tipo podem acontecer também através das mãos, de objetos - talheres, toalhas, lençóis etc. - ou ambientes - banheiros sujos, por exemplo. Doenças transmitidas por via fecal – oral são, por exemplo, a hepatite A, o Cólera, o Tifo e algumas formas de diarréia etc.
3. Transmissão via hemácias: neste caso o patogeno passa diretamente do sangue de um individuo já contagiado para aquele de um individuo são, através de agulhas, instrumentos médicos ou cirúrgicos. As doenças assim transmitidas são a AIDS, a hepatite B e a hepatite C.
4. Transmissão sexual: o patogeno neste caso é transmitido através de relações sexuais sem profilaxia. Transmitem-se desta forma além da AIDS, a hepatite B e a hepatite C, outras doenças venéreas - sífilis e gonorréia - algumas doenças causadas por fungos - candida e chlamidya - a algumas doenças virais - Herpes genital.
5. Zoonoses: são as doenças transmitidas ao homem pelos animais. Exemplos são à malaria: mosquito anopheles, à raiva: cão, gatos coelhos etc. infectados, toxoplasmose: mamíferos e pássaros, alem de outras muito mais perigosas como a marburg: infectação por macacos, vírus do Nilo: mosquitos contaminados, bartonella bacilliformis: mosquitos, h5ni- gripe do frango: aves, ebola: gorilas e chimpanzé contaminados etc.
Doenças de causas físicas são as causadas por lesões traumáticas, como feridas e fraturas, queimaduras, descargas elétricas e contaminações por substancias radioativas.
Doenças de causas químicas são as que são provocadas por intoxicações alimentares ou farmacológicas, envenenamentos, ação da poluição ambiental através do alimento ou do ar, ingestão voluntária e repetitiva de substancias nocivas como o álcool, drogas ou tabaco.
Doenças de causas alimentares podem ser devidas à “desnutrição”, ou seja, a uma dieta quantitativamente escassa, ou a “malnutrição”, uma dieta carente qualitativamente por ser pobre de elementos essenciais como vitaminas, proteínas etc. Podem ainda ser devida a uma “alimentação errada”, ou melhor, demasiadamente rica de substancias que favorecem a obesidade ou o aumento do colesterol no sangue.
Doenças degenerativas são todas aquelas devidas a uma alteração do funcionamento de um ou mais órgãos. Estas patologias, como por exemplo o câncer e muitas doenças cardiovasculares, que nos países ricos fazem o maior numero de vitimas, são muito freqüentemente favorecidas por muitas das causas supra relacionadas, com ênfase nas que dizem respeito à alimentação errada e a exposição a vários agentes químicos e físicos.
O câncer é devido a fenômenos de incontrolada proliferação celular, chamado também tumor, e consiste substancialmente em um mau funcionamento dos mecanismos que controlam o crescimento de algumas células corpóreas. É um fenômeno de autodestruição, no qual uma parte do organismo degenera até anular o individuo como um todo. Por este motivo a maior parte das terapias contra o câncer acabam danificando também as células sadias que estão ao seu redor.
O desenvolvimento normal de um ser humano consiste em um crescimento muito rápido durante a vida pré-natal, um crescimento mais lento durante a infância e adolescência e por fim a manutenção de dimensões constantes durante a vida adulta. Em um adulto, contudo, algumas células gastas morrem e são substituídas por um processo de ”manutenção” que beneficia todo o corpo, mas a maior parte dos órgãos mantem sempre as mesmas dimensões. O tumor, ao contrário, é formado por um conjunto de células que se reproduzem descontroladamente, desobedecendo aos mecanismos de controle; na medida em que o tumor cresce, usufrui cada vez mais dos recursos do organismo, prejudicando desta forma os tecidos e os órgãos vitais que lhe são vizinhos.
Fazendo uma comparação similar à da célula, podemos dizer que cada uma das varias partes do corpo humano desenvolve uma tarefa especifica, coordenada entre elas assim como acontece em uma industria, uma vez que os operários são agrupados em “células produtivas” e quando alguém se afasta pela razão que for, é substituído por outro.
O que aconteceria, porém, em um a fabrica - uma industria de sapatos, por exemplo - se por um mecanismo anômalo os operários que fabricam os saltos aumentassem descontroladamente sua produtividade sem necessidade nenhuma? Gastariam os recursos que deveriam ser destinados as outras áreas e invadiriam o seu respectivo espaço, levando rapidamente a fabrica à falência.
O processo de desenvolvimento de um tumor acontece em varias fases e a primeira é quando uma célula normal se transforma em célula tumural. Sucessivamente esta célula transformada começa a se reproduzir e assim fazendo gera uma serie de novas células degeneradas. Estas células são o tumor.
A este ponto, o tumor entra em uma fase estacionária porque se estabelece um equilíbrio entre o numero de células tumurais que continuam se formando e as que são eliminadas pelos anticorpos, as células que assumem a defesa do organismo. Estas células, por si mesmas, ao reconhecer as degeneradas, as agridem e eliminam.
Este equilíbrio se mantem por um determinado período, pode durar anos - neste caso fala-se em tumor benigno - ou seja, até que as defesas do organismo conseguem manter sob controle as células tumurais. Contudo, se a defesa é fraca, ou a degeneração é muito forte, as células tumurais que continuam se formando passam a superar numericamente as que são eliminadas e assim o tumor deixa a fase “benigna” e passa a ser designado “maligno”.
Nesta ultima fase a degeneração passa a se expandir graças ao fluxo sangüíneo e alcança outras regiões do corpo - mesmo distantes - criando novos focos tumurais chamados “metástase”.
· A diabete è classificada como uma doença metabólica porque, na pratica, obstácula ou torna impossível o metabolismo da glicose, ou seja, do simples açúcar. No linguajar medico se distinguem duas formas principais de diabete mellito, chamadas respectivamente diabete insulino-dependente (tipo1) e a diabete não-insulino dependente (tipo2). Em verdade a classificação é bem mais complexa porque no mesmo cenário participam outras formas de diabete, por exemplo, a gestacional que atinge as grávidas.
Atualmente a definição geral descreve a diabete como uma doença caracterizada pelo fato que os níveis de glicose no sangue são mais elevados do que deveriam ser (hiperglicemia), por causa de uma insuficiente produção de insulina ou de uma insuficiente ação desta mesma insulina nos tecidos.
Complexivamente a doença atinge entre 5-10% da população mundial, entretanto, na enorme maioria dos casos - entre 90-95% - é representada pela diabete tipo 2. Significa que se entre 100 indivíduos de 5 a 10 sofrem de diabete, a cada grupo de 1000, somente 1 é portador do tipo 1. Além disso, para este tipo de doença, notam-se sensíveis variações entre uma área geográfica e outra. Segundo os dados da “Multinacional Projet for Childhood Diabetes”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), na maioria das populações asiáticas, africanas e nativas americanas, portanto, as que não são descendentes de europeus, a diabete tipo 1 é muito rara, enquanto na Europa é muito mais difusa, e em outros paises como a Finlândia e a Suécia a incidência é muito elevada.
Para retirar a energia dos alimentos, como alias já vimos, o organismo se serve de reações bioquímicas através das quais os alimentos são transformados em substancias padrão. Os carboidratos, por exemplo - pão, massa, arroz, batatas e outras verduras - são transformados em açúcar - glicose. O metabolismo da glicose é assim uma das principais fontes de energia do organismo, mas exige do pâncreas dois hormônios: a insulina e o glaucagone.
A insulina intervem de três formas na utilização da glicose:
1. Permite o transporte da glicose no interior das células.
2. Permite a polimerização da glicose em glicogênio, que é a forma em que o açúcar é armazenado nos tecidos musculares constituindo assim a reserva de energia que permite o trabalho.
3. Permite a conversão da glicose em ácidos gordurosos que por sua vez se transformam nos gliceriodos do tecido adiposo, que mesmo nesse caso constituem uma reserva de energia que o organismo utiliza quando não é alimentado.
O glaucagone tem a tarefa de transformar a glicose do fígado em açúcar simples.
As variações da quantidade de glicose presentes no sangue – glicemia - produzem a secreção de um dos dois hormônios:
1. Se o índice de glicemia diminui, é estimulada a secreção do glaucagone.
2. Se o índice de glicemia aumenta, é estimulada a secreção da insulina.
Estes mecanismos automáticos têm o escopo de manter estável a quantidade de glicose no sangue e conseqüentemente a disponibilidade de energia.
Se faltar a insulina, ou se a insulina não puder ser utilizada, a glicose não é metabolizada e, ao permanecer circulando no sangue, é eliminada pela urina. A primeira conseqüência disso é que o organismo, mesmo se corretamente alimentado, não consegue se energizar nos níveis necessários. Nas duas formas de diabete é isso que acontece, mesmo se os mecanismos e as origens do tipo 1 e do tipo 2 são diferentes.
A diabete tipo 1 é caracterizada pela forte diminuição ou pela cessação completa da produção de insulina, devido á morte das células beta do pâncreas. Ao enfermo da diabete tipo 1, assim sendo, a insulina - hormônio - deve ser administrado artificialmente. Por esta razão é chamado insulina-dependente.
A destruição das células beta é devida a um erro do sistema imunológico, ou seja, deixando de vê-las como amigas, as agride e destrói como se fossem inimigas - vimos isso no caso do câncer quando o sistema imunológico, não errando, agride e destrói as células tumurais.
Como as células betas perfazem estruturas chamadas ilhas de Langherans, esta auto-agressão - fogo amigo - é chamada “insulite linfocita” e os anticorpos envolvidos são chamados “antiilhas”.
A diabete tipo 1, pelas razões que vimos, é uma doença auto-imune como a tiróide e a artrite reumatóide, e agride preferencialmente os indivíduos jovens. Quando se manifesta - porque não é detectada precocemente - já o faz de forma violenta, especialmente nas crianças e nos jovens, e as ilhas de Langherans podem ser destruídas mais ou menos rapidamente.
O sintoma mais comum (se faltar à insulina, ou se a insulina não puder ser utilizada, a glicose não é metabolizada e, ao permanecer circulando no sangue, é eliminada pela urina) é aquele que o organismo, mesmo se corretamente alimentado, não consegue se energizar nos níveis necessários. exemplo:
Cansaço e fraqueza constante.
Fome continua.
Perda de peso mesmo alimentando-se normalmente ou até em excesso.
Aumento da quantidade de urina.
Nos casos mais graves estes sintomas são acrescidos por:
Dores musculares.
Câimbras e náuseas.
A diabete tipo 2 - não-insulina-dependente - tem como origem um fenômeno chamado “resistência insulínica”, ou seja, a incapacidade das células de utilizar este hormônio. Em verdade, nos indivíduos que sofrem este mal, constata-se uma diminuição no numero de receptores de insulina. A incapacidade dos tecidos de utilizar como deveriam a insulina provoca um aumento de glicemia que não é compensado pela produção de insulina, mesmo se esta aumenta. Deste modo, os pacientes da diabete tipo 2 coexistem com altos níveis de glicose e de insulina.
Se este status permanece por algum tempo o paciente passa para a fase da intolerância á glicose - um momento intermediário entre o metabolismo normal da glicose e a diabete. Portanto, seja a resistência insulínica como a intolerância à glicose, são considerados fatores de risco para a diabete tipo 2. De fato, a necessidade de produzir uma maior quantidade de insulina para contrabalançar a sua escassa atividade - devida è resistência - pode comprometer o pâncreas a ponto de levá-lo a diminuir a sua capacidade de produzir o hormônio.
Para configurar a doença, contudo, é necessário que a capacidade do pâncreas para produzir insulina seja desestabilizada.

Na diabete tipo 2, então, coexistem dois fatores:
1. Uma reduzida capacidade do organismo de utilizar este hormônio.
2. Uma disfunção do pâncreas, melhor dizendo, sua incapacidade de compensar a resistência insulínica com uma maior produção deste hormônio.
A diabete tipo 2 comumente não é notada porque a hiperglicemia e seus sintomas correspondentes progridem lentamente. Às vezes esta doença se manifesta tão somente em situações nas quais o organismo é agredido, por exemplo, por uma enfermidade infectiva pela utilização de determinados remédios ou pela gravidez.
As causas da diabete tipo 2, que pode ter um componente genético como tem a tipo 1, tem outras fontes: fatores ambientais e individuais.
Obesidade: praticamente 80% dos indivíduos afetados pela diabete não insulina-dependente tem um grave excesso de peso, e, se ao contrario, os obesos são analisados, percebe-se que aproximadamente 50% deles sofrem de diabete mais ou menos gravemente. Em verdade, como já vimos no capitulo anterior, a obesidade em si mesma provoca a resistência insulínica.
Acumulo de gorduras viscerais. Mesmo nas pessoas com peso normal, o eventual acumulo de massa gordurosa no abdômen - a barriga - tem um efeito análogo à obesidade tradicional.
Idade e falta de atividade física aumentam, em muito, o risco.
A diabete gestacional também se manifesta através dos mesmos fenômenos de resistência insulínica ou intolerância a glicose, só que é diagnosticada por ocasião da gravidez, independentemente do fato desta doença permanecer ou não depois do parto.
Este diabete se desenvolve porque a placenta produz alguns hormônios que por razões ainda desconhecidas dificultam a ação da insulina produzida pelo pâncreas e, na medida em que o feto cresce, aumenta a quantidade destes hormônios dificultando a ação da insulina.
Depois do parto, com a ausência dos hormônios da placenta, o conflito pode desaparecer, no entanto, em alguns casos, a gravidez pode se transformar na causa que desencadeia a verdadeira diabete. Por isso, depois de 6-7 semanas além parto, a mulher que apresentou hiperglicemia no decorrer da gravidez deve ser reexaminada para verificar se retornou ao estado chamado normoglicemico, ou se continua apresentando intolerância à glicose ou resistência insulínica. Às vezes, quando estes desequilíbrios não são percebidos, a doença continua em estado latente, mas só explode alguns anos depois da gravidez. Deve-se manter em mente, entretanto, que um pequeno nível de prejuízo do metabolismo da glicose acontece durante a gravidez, acentuando-se durante o terceiro trimestre, e é por isso que existe a diabete gestacional.
Quando o metabolismo do açúcar é normal, ou seja, no individuo sadio, o índice de glicemia é relativamente estável ao longo de toda a jornada. Em Jejum, no sangue, existe uma quantidade de glicose entre 60 a 90 miligramas por decilitro (g/1). O nível sobe durante as refeições e, uma hora depois, não deve superar 160 mg/dl para retornar ao índice médio depois de duas horas.
Quem são os indivíduos de maior risco:
Os que praticam o sedentarismo.
Os obesos - índices de massa corpórea igual ou superior a 27 ou com peso igual ou superior a 120% do peso ideal.
Os que têm um consangüíneo de primeiro grau com diabete.
Mulheres que tiveram diagnóstico de diabete gestacional ou que deram à luz filhos com mais de 4 Kg. De peso.
Os que sofrem de hipertensão - pressão arterial acima de 14X9.
Os que possuem níveis de colesterol HDL igual ou inferior a 35mg/dl e/o triglicideros iguais ou superiores a 150 mg/dl.
Pessoas que em checagens anteriores demonstraram intolerância gleucemica e hiperglicemia em jejum.
As possíveis conseqüências da diabete:
Coma diabético.
Complicações vasculares.
Neuropatia diabética.
Retinopatia diabética.
A atividade física, sobretudo na diabete tipo 2, é um excelente coadjuvante da dieta alimentar e da eventual terapia farmacológica, porque o exercício aumenta o consumo da glicose contribuindo assim para diminuir a glicemia. Além disso, o exercício regular - 5 vezes semanalmente - contribui acentuadamente para manter sob controle a pressão arterial, aumentar o bom colesterol (HDL) e diminuir o mau colesterol (LDL). As proibições esportivas são poucas e se limitam a: alpinismo solitário, asa-delta, windsurfe e mergulho.
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Os pacientes com diabete tipo 1 podem desenvolver qualquer atividade física, basta que seu medico calcule o dispêndio extra de energia - portanto de açúcar - adaptando a dieta bem como a administração de insulina com a finalidade de evitar crises de hiperglicemia.
Para os pacientes com diabete tipo 2 a atividade física é fundamental para conseguir o controle do peso e diminuir os fatores de risco. Só nos casos de tratamento com hipoglicemiantes orais ou insulina é que se devem seguir as mesmas recomendações para evitar crises de hiperglicemia.

{... Descobri que tinha diabetes do tipo 1 aos 16 anos. Antes do diagnostico, eu comecei a perder muito peso; cheguei a emagrecer dez quilos em apenas um mês. Apesar de conhecer os sintomas da diabete, não achei que esse era o meu problema porque ninguém da minha família tem essa doença}.
A minha resistência estava cada vez mais baixa e eu comecei a piorar: sentia muita sede, cansaço e fraqueza. Chegou uma hora que não teve mais jeito e resolvi procurar um medico. No primeiro exame houve uma desconfiança e, por fim, ficou confirmada a diabete. Logo no começo fiquei espantado porque teria de andar com um kit com insulina para cima e para baixo.
O tratamento começou pesado. Fiquei dez dias na UTI - Unidade de Terapia Intensiva - para recuperar meu peso. Minha dieta ficou super rigorosa, tive de começar a comer de três em três horas para evitar hiperglicemia e eu aplicava insulina uma vez por dia.
Mas, ao longo do tempo, a dose de insulina tornou-se insuficiente e não conseguia mais controlar a doença. Por isso, o meu medico me pediu para usar o CGMS para que fosse possível ter um diagnostico correto.
Foi um pouco incomodo ficar com o monitor preso na barriga, mas não senti dor nenhuma. O aparelho ajudou muito no meu tratamento, porque descobrimos que o meu problema se agravava durante a madrugada. Mudei os horários e a quantidade de insulina – hoje são cinco vezes por dia... }
Fonte: jornal Folha de São Paulo do dia 24 de abril 2005.

Até alguns anos atrás era chamada síndrome X a misteriosa associação entre os sintomas que caracterizam a hipertensão, obesidade, deslipidemia e a diabete. Hoje, é mundialmente reconhecida como síndrome metabólica ou plurimetabolica. Alguma coisa maior do que uma simples enfermidade, porque contem em si mesma uma insidiosa combinação de patologias que juntas comporta um elevado risco de eventos cardiovasculares.
Descrita em 1965 pelo professor Gaetano Crepaldi, da Universidade de Pádua à comunidade medica-cientifica internacional, só nos últimos anos esta síndrome começou a receber a atenção que merece. Recentemente, o Instituto Auxologico da Itália dedicou à própria convenção anual aos aspectos clínicos e gestionais ligados à síndrome metabólica.

Como se caracteriza - A síndrome metabólica é diagnosticada quando uma pessoa apresenta três ou mais dos seguintes sintomas:
· Obesidade central, caracterizada por uma circunferência da cintura igual ou superior a 102 centímetros para os homens e 88 centímetros para as mulheres.
· Alto nível de triglicideros no sangue, ou seja, mais de 150mg/dl.
· Baixo nível de bom colesterol (HDL) 40 mg/dl para os homens e 50 mg/dl para as mulheres.
· Hipertensão arterial.
· Alto nível de glicemia em jejum, ou seja, acima de 90 mg/dl.
Esta definição coloca o ponto final na interpretação do rol fundamental das alterações do metabolismo dos açucares e das gorduras no desenvolvimento da síndrome metabólica, e indiretamente devolve aos fatores ambientais, como o sedentarismo e a alimentação incorreta, que se somam aos genéticos, a base da síndrome. Desta forma, a obesidade passa a ser o principal fator de risco desta patologia.
Algumas informações a respeito da obesidade: - Na Itália, de acordo com o ultimo congresso realizado pelo Instituto Auxologico italiano, são 4 milhões os obesos. Destes, 18% assumem dietas, enquanto 1.8% busca se curar através de drogas medicinais. É uma pena, porque segundo o mesmo congresso, até uma modesta diminuição de peso provocaria um melhora significativa em termos de redução de mortalidade por problemas cardiovascular e diabete, alem de todas as demais desordens associadas à síndrome.
Até a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alarme: a “globesity” é um fenômeno social e cultural que diz respeito a ambos os sexos, a todas as faixas etárias e classes sociais, uma vez que não se restringe mais aos países industrializados, mas prolifera também nos que estão em desenvolvimento...
- Na Inglaterra, o numero de lanchonetes fast food dobrou nos últimos dez anos. Na França, espalha-se o costume tipicamente americano de as pessoas fazerem qualquer coisa – trabalharem, estudarem, assistirem a jogos esportivos – comendo biscoitos, bolos, chocolate, batata chips ou outras bobagens. Na Itália, em dez anos, 10% da população deixou de consumir frutas regularmente. Mudanças radicais como essas no estilo de vida e nos hábitos alimentares fizeram com que os europeus engordassem – e muito – nos últimos vinte anos. Nesse período, a população de obesos na Europa dobrou, atingindo 17% das mulheres e 15% dos homens.
Em alguns países, o nível de obesidade se aproxima dos números dos Estados Unidos. Com um em cada três americanos na categoria dos obesos, o país é o campeão global de gordura. A Organização Mundial de Saúde já considera oficialmente que a Europa enfrenta uma epidemia de obesidade. Uma das razões é evidente: os europeus estão comendo cada vez mais do jeito que os americanos comem.
Os ingleses foram os que mais engordaram. São também os que vivem de modo mais extremo o estilo de vida sedentário próprio dos moradores das grandes cidades. Os obesos já representam 23% da população inglesa, três vezes mais do que há vinte anos. Os especialistas culpam a combinação de alimentos industrializados e o crescente sedentarismo e lhe atribuem a responsabilidade do fenômeno.
A comida industrializada, além de mais fácil de ser consumida, é mais rica em carboidratos e gorduras. É também mais barata – uma pesquisa na Inglaterra revelou que os moradores mais pobres dos grandes centros urbanos apresentam um nível maior de obesidade. Para se ter uma idéia, em Londres 1 litro de refrigerante chega a custar 30% menos que a mesma quantidade de água mineral. Comparação semelhante vale para o preço da comida rápida vendida nas lanchonetes em relação a um prato completo que inclua salada e legumes.
Calcula-se que 8% dos gastos de saúde dos países da União Européia sejam relacionados à obesidade, que pode causar diabetes, hipertensão e doenças cardíacas. A cada ano, 78.000 novos casos de câncer são atribuídos a excesso de peso, e a preocupação é maior com relação às crianças. A comissão de saúde da União Européia teme que as crianças obesas – 10% do total –venham a viver menos que os pais, ou pior, que morram ainda jovens.
Na Inglaterra, um em cada cinco adolescentes com 15 anos precisa urgentemente de uma dieta para emagrecer, Á procura de solução para esse problema, o governo inglês estudou a possibilidade de criar um imposto sobre alimentos considerados demasiadamente calóricos. A idéia foi criticada porque iria afetar exatamente a população mais pobre. Agora está em estudo uma lei que obrigue a industria a por um aviso de advertência nas embalagens e nas propagandas sobre o potencial calórico dos alimentos.
A TV inglesa é, na Europa, de longe a que mais transmite propaganda de alimentos voltados para as crianças. Segundo organizações medicas da Inglaterra, esse é um dos grandes incentivos para elas comerem porcarias. Na Suécia, onde 18% das crianças estão acima do peso ideal, o governo simplesmente proibiu as propagandas voltadas para os menores de 12 anos.
Os países do Mediterrâneo, conhecidos pela alimentação saudável à base de peixe, frutas, vegetais, azeite de oliva e vinho tinto, também não escapam da onda de aumento de peso. O governo Italiano e o Grego lançaram neste ano campanhas publicitárias contra o habito do fast food. É que, cada vez mais, espanhóis, italianos e gregos estão abandonando a elogiada dieta mediterrânea. Na Espanha, as novas exigências no trabalho têm feito com que as pessoas deixem de lado o tradicional horário de almoço de quatro horas, que nos bons tempos incluía a siesta. O resultado é que, principalmente entre a população urbana, não há mais tempo para almoçar em casa, e acaba-se optando por uma comida rápida perto do local de trabalho. Na Itália, a proporção de pessoas que consomem verduras todos os dias caiu de 48% para 38% nos últimos 10 anos. Resultado, cerca de 40% dos italianos estão com o peso acima do ideal...
Fonte: revista Veja de 12 de novembro 2003

- No Brasil, como conseqüência de novos e piores hábitos alimentares, as pessoas engordaram ao longo das últimas três décadas, indicou a segunda parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico (IBGE) em conjunto com o Ministério da Saúde. Segundo o levantamento, o país tem cerca de 38,6 milhões de pessoas com peso acima do recomendado, o equivalente a 40,6% de sua população adulta. Deste total, 10.5 milhões são obesos.
Uma pesquisa realizada entre 1974 e 1975 revelara que o percentual de adultos acima do peso era menor de 18,6% entre os homens e de 28,6% entre as mulheres. Vivendo num país mais urbanizado, o brasileiro trouxe para a mesa de casa mais itens industrializados e processados, ingeriu mais gorduras e um nível mais elevado de açúcar. Além disso, o consumo de frutas, legumes e hortaliças permaneceu muito baixo, inferior mesmo às recomendações da Organização Mundial de Saúde.
Nas famílias brasileiras de todas as classes e de todas as regiões persiste o alto consumo de açúcar - principalmente de refrigerantes, e o baixo consumo de frutas e hortaliças. “É muita gordura” – alertou a coordenadora de índices de preços do IBGE Márcia Quintslr.
O relatório apontou que o problema do excesso de peso não é mais exclusividade das pessoas com renda mais alta e que há mais gordos que magros na população de baixa renda. Entre os 20% mais pobres do país, 27% dos homens estão com peso acima do adequado e 9,5% com falta de peso. Já entre as mulheres de baixa renda, 38,2% estão com excesso de peso e 6,6% com peso inferior ao recomendado.
O critério utilizado para definir o nível adequado de peso no estudo se baseou na relação entre peso e altura, traduzido pelo índice de Massa Corpórea (IMC), seguindo as recomendações da OMS...
Fonte: IBGE
O que determina a obesidade: A obesidade é resultante de um conjunto de fatores orgânicos, ambientais e genéticos. Entre os primeiros, chamados também fatores “exógenos”, a alimentação, o consumo de álcool, e o sedentarismo têm seguramente uma responsabilidade fundamental no aumento de peso, mas por si só não são suficientes para justificar um fenômeno que se caracteriza mundialmente. Não se pode desconsiderar a importância da pré-disposição individual para engordar mesmo não comendo demasiadamente, freqüentemente determinada por causas orgânicas, assim como aquela de origem genética.
Desta forma, como até agora os fatores genéticos não são manipuláveis, deve-se intervir para procurar modificar os ambientais.
- O que se sabe a respeito dos fatores exógenos: O escasso conhecimento dos mecanismos fisiológicos que determinam a condição de obesidade, e a obstinação em não quererem modificar o estilo de vida, terminam colocando no banco dos réus só a alimentação, enquanto à falta de exercício físico permanece impune. Contudo, o movimento é um fator essencial: o músculo é o tecido mais abundante no corpo e é onde há o maior consumo de glicose.
- Como se caracteriza: Para controlar o peso e para o bem-estar físico, muitos expert recomendam desenvolver uma atividade física de pelo menos 30 minutos por dia, quase todos os dias. Mesmo simplesmente sendo menos sedentários pode ajudar. Infelizmente, a tendência da tecnologia nos últimos anos tem sido a de reduzir cada vez mais as oportunidades de fazer movimentos, transformando o sedentarismo em um estilo de vida. Subir ou descer as escadas a pé, não utilizar o controle remoto para a TV ou o portão, percorrer a pé as pequenas distancias cotidianas, são pequenos gestos que podem contribuir para estimular o re-inicio de uma atividade física espontânea, obtendo assim um primeiro melhoramento do estado psicofísico.
Para quem tem problema de peso é muito mais fácil, no inicio, se empenhar constantemente em atividades cotidianas de baixo consumo energético, ao invés de praticar esporadicamente um esporte aeróbico. Este, no tempo, poderá ser assumido mais facilmente. Todavia, iniciar e largar constantemente uma atividade física, freqüentemente é causa de uma continua alternância de períodos de emagrecimentos e retomada de peso, um vai e vem que se repercute na saúde e na qualidade de vida.
- Os fatores endógenos: Cada vez que nos alimentamos são os chamados orgânulos “mitocôndrios” a se ocupar da queima das substancias nutritivas ingeridas para produzir o calor necessário às funções vitais. Eles se comportam como uma central energética destinada a transformar combustível em energia térmica. Isso acontece em todas as células, mas são as células adiposas “morenas” as mais ativas nesta função. Sabe-se que nos obesos estas células são preguiçosas por causa da escassa atividade dos mitocôndrios: todo o “combustível” ingerido se transforma assim em um excessivo deposito de gordura no interior destas células com um conseqüente aumento do peso corpóreo.
Um dos últimos estudos desenvolvidos no Centro de Estudo e Pesquisa da Obesidade da Universidade de Milão, individualizou pela primeira vez o mecanismo co-responsável pela obesidade e pela síndrome metabólica. Os pesquisadores descobriram que um defeito na produção de “oxido nítrico” - um mensageiro celular que normalmente providencia o fornecimento de oxigênio a todas as células do organismo - provoca uma diminuição no numero de mitocôndrios com a conseqüente diminuição da energia produzida. Isso quer dizer que a paridade de alimento ingerido, o aumento de peso é devido a uma escassa dispersão energética. No laboratório constatou-se que as “cavias” que não produzem oxido nítrico não só engordam mais do que as outras, mas são hipertensas, diabéticas e com uma excessiva presença de gordura no sangue, todos fatores que perfazem a definição da síndrome metabólica.
- O que fazer para remediar: As varias patologias que compõem o quadro da síndrome metabólica, e as conseqüências que esta síndrome comporta, representam uma notável despesa para o sistema sanitário italiano e de muitos países do mundo. E à despesa publica devem ser sempre acrescidos os custos sociais destas doenças.
As drogas hoje utilizadas para reduzir os distúrbios correlatos as excessivas gorduras corpóreas, agem só sobre os sintomas da doença, não sobre as causas. A descoberta que o oxido nítrico tem uma função fundamental na produção dos mitocôndrios pode abrir a estrada para uma nova cura farmacológica para a obesidade. Mas os tempos são longos, mesmo porque o problema da obesidade avança com uma velocidade que não permite nenhuma hesitação no que diz respeito à busca de uma solução.
As raízes da obesidade estão no modo de pensar do individuo, e é este pensar que tem que ser modificado agindo sobre o estilo de vida da inteira população.
O governo italiano decidiu por um freio nesta epidemia: no inicio deste ano o ministro da saúde constituiu uma comissão de expert antiobesidade com o escopo de fornecer indicações em relação à dieta que tem que ser seguida diariamente para remediar os danos provocados pelos maus hábitos alimentares e estilos de vida errados. O objetivo da comissão é também aquele de “abrir a visão” dos médicos e dos pacientes em relação aos problemas correlatos ao aumento de peso: Isso poderia acontecer promovendo, por exemplo, a comunicação entre os centros antidiabete e estruturas multifuncionais de forma que a obesidade e a síndrome metabólica venham a ser consideradas as diversas faces de um mesmo problema que deve ser curado no seu todo e não em partes. A isso deverão se seguir campanhas informativas antiobesidade, antidiabete e antifumo, a fim de permitir uma ação decisiva em relação aos hábitos de vida dos cidadãos, especialmente dos mais jovens, para que entendam que uma alimentação correta e um pouco de exercício diário representam um bom investimento para garantir boa saúde no futuro.
Fonte: Dr. Michele Carruba, diretor do Centro de Estudos e Pesquisa da Obesidade de Milão.

Entre os fatores exógenos da obesidade existe outro que o Dr. Carruba não citou, mas que foi identificado pelos médicos da Universidade de Alberta, no Canadá: o ganho de peso pelo consumo de antidepressivos.
Médicos da Universidade de Alberta, no Canadá, acabam de identificar um novo fator de risco para o diabete tipo 2. Em artigo publicado na revista cientifica “Diabetes Care”, eles mostraram que a depressão pode elevar em até 25% a probabilidade de alguém vir a sofrer do mal do excesso de glicose no sangue. Obtidos a partir da análise do histórico clínico de cerca de 30.000 homens e mulheres entre os 20 e 50 anos, os resultados do trabalho canadense são alarmantes. Afinal de contas, a depressão e o diabetes tipo 2 estão entre as mais comuns e mais graves doenças crônicas da modernidade, e quando uma serve de gatilho para a outra, o perigo aumenta. Nos últimos vinte anos, o numero de diabéticos tipo 2 sextuplicou. Pulou de 30 milhões para 170 milhões em todo o mundo. E, segundo a Organização Mundial de Saúde, 17% da população mundial sofrerá de depressão, pelo menos uma vez ao longo da vida. “O estudo de Alberta deve servir de alerta para que se adotem medidas preventivas contra o diabetes no tratamento de pacientes deprimidos”, diz o endocrinologista Ricardo Botticini Peres, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Os especialistas canadenses não conseguiram estabelecer uma conexão direta de causa e efeito entre os dois males. Mas levantaram três hipóteses para explicar por que a depressão pode deflagrar o diabete tipo 2. Os fatores podem se manifestar tanto isolada quanto concomitantemente. Pessoas deprimidas tendem a prostração e, conseqüentemente, abandonam os cuidados com a própria saúde. Ou seja, ficam mais sedentárias e passam a se alimentar de maneira inadequada abusando sobretudo de doces. Como resultado, engordam. Há que levar em conta ainda que o ganho de peso é um dos efeitos colaterais mais comuns da imensa maioria dos antidepressivos. Seis, em cada dez pacientes deprimidos, depois de um ano de tratamento medicamentoso, estão 20% mais pesados.
Fonte: revista Veja de 15 de junho 2005
As crianças italianas - em base aos dados anuais relativos à busca da obesidade coletados pelo Instituto Auxologico italiano - de 30% a 35% tem sobrepeso e entre 10% e 12% são obesos, sendo que entre estes aproximadamente 28%, segundo o mesmo Instituto, já são portadoras da síndrome metabólica, como vimos, a associação de outros três fatores à obesidade: hipertensão, triglicideros elevados, baixo teor de colesterol bom (HDL) e um alto índice de glicose.
A síndrome metabólica é responsável por grande parte das enfermidades cardiovasculares e da mortalidade a ela associada, mas mesmo assim os pais não estão levando isso a serio porque a obesidade pediátrica não só mantém um crescimento contínuo, como superou índices perigosíssimos.
Os números mais recentes do (IOTF) Internacional Obesity Task Force, colocam em evidencia um constante e progressivo aumento da obesidade infantil em todos os países da Europa. Não só isso. Se algum tempo atrás se julgava que a obesidade infantil constituía um problema porque entre o 25%-50% das crianças obesas mantinha o excesso de gordura mesmo na idade adulta, hoje é demonstrado que 1 criança sobre 3 já está desenvolvendo outras graves patologias, como a hipertensão, o aumento dos triglicideros (hipertriglicedemia), baixos valores do bom colesterol, a insulina-resistencia, a intolerância gleucemica e até á diabete, condições que colocam a criança sob forte risco de ter que enfrentar doenças cardiovasculares e metabólicas extremamente serias.
O alarme foi dado pelo Instituto Auxologico depois de examinar no arco de sete anos, de 1994 a 2001, 1500 crianças e adolescentes obesos que ali foram internados. Estes resultados foram objetos de diversas publicações cientificas, por exemplo ”Diabetes Care, Vol.26 Nro. 1 de janeiro 2003”, colocando em foco uma situação muito preocupante.
Fonte: Instituto Auxologico italiano

No Brasil, 15% das crianças são obesas, segundo um estudo publicado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sbem. O tema está sendo tratado neste fim de semana no 12 Congresso Europeu de Obesidade, que se realiza um Helsinque, na Finlândia.
Em uma entrevista no programa De Olho no Mundo, a co-produção da BBC Brasil e da Rádio Eldorado AM de São Paulo, a pediatra Neide Glória Garrido, da Organização Pan-Americana de Saúde, disse que a causa principal do aumento da obesidade infantil é a mudança de hábitos alimentares e sócio-culturais. “As crianças estão comendo hoje em quantidades maiores e se movimentando menos. Ficam na frente do computador, da TV etc., e não fazem exercícios”, explicou.
Já o endocrinologista pediátrico Luiz Cláudio Castro, da Sbem, que também participou do programa, disse que a falta de dinheiro tem influenciado no aumento da obesidade nas camadas mais pobres. “Populações de baixa renda tendem a comprar alimentos mais baratos como, por exemplo, massas e farináceos que podem ser adquiridos em maior quantidade. E, com isso, leite, carne e ovos ficam de fora”, disse. De acordo com este especialista, o fator genético, anteriormente mais associado à obesidade infantil, deixou de ser a principal causa do problema.
Já Neide Garrido ressaltou que a mudança de hábitos e a falta de controle dos pais têm causado o avanço da obesidade infantil em todas as camadas da população. “Os pais tem um papel vital no combate a obesidade. São os adultos que ensinam as crianças a gostar de doces, refrigerantes e massas. É preciso mudar esta mentalidade e trocar tudo isso por frutas e outros alimentos mais saudáveis”, recomendou a medica.
Fonte: BBC–Brasil.com

A obesidade, ou até o sobrepeso, não é só uma doença a qual freqüentemente são associadas outras patologias de natureza metabólica, respiratória ou cardiovascular, mas representa também uma condição de risco para o desenvolvimento de neoplasias.
A relação entre obesidade e tumores é conhecida há muito tempo pelos especialistas em nutrição, mas um estudo recentemente publicado no “Lancet Oncology” conduzido pela “International Agency for Research on Câncer”, trouxe maiores esclarecimentos. Os pesquisadores delinearam a relação entre o excesso de peso e as neoplasias, em particular aquelas que se manifestam no seio, útero, esôfago e cólon, especificando que esta ligação só na Itália é responsável por 35000 novos casos de tumores anualmente. Muitas neoplasias, segundo os estudiosos, poderiam ser evitadas simplesmente mantendo o peso corpóreo no seu justo limite.
Este alarme golpeia drasticamente países como os Estados Unidos, mas também a velha Europa acusa o mesmo problema, uma vez que metade dos homens e um terço da população feminina tem sobrepeso. A chave continua sempre a mesma: uma alimentação mais sadia aliada a uma regular atividade física, evitam o problema de sobrepeso, reduzindo, conseqüentemente, segundo os pesquisadores, em 40% a incidência de tumores no útero, 25% os tumores renais e 10% aqueles do esôfago e do seio.
Fonte: Ministério da Saúde italiano, setembro 2002

Uma das conseqüências da obesidade foi o desenvolvimento de uma cirurgia com o escopo de reduzir o estomago. Esta intervenção invasiva, inicialmente praticada só nos adultos, com a explosão da obesidade infantil está se tornando comum entre os adolescentes. Contudo, em nenhum caso é uma solução, mas tão somente um paliativo, uma vez que não elimina os riscos que são inerentes ao excesso de gordura no organismo, e como veremos, outros mais.
Como em todos os demais casos expostos, a obesidade também é o preço que se paga pela falta de uma disciplina física e alimentar adequada, uma vez que, como qualquer outro vicio, mais é praticado, mais o organismo dele se torna dependente. Mesmo assim, como qualquer outra enfermidade, não explode irremediavelmente de um dia para o outro. Desenvolve-se pouco a pouco, e, algum tempo depois do seu inicio, seus sinais são cada vez mais gritantes. Porque, então, esperar a obesidade mórbida para recorrer a uma destas tres providencias?
Existem três técnicas para forçar o obeso a comer menos, mas cada uma delas carrega seus efeitos colaterais.
1. Banda Gástrica: Um anel de silicone é colocado em volta do estomago dividindo-o em dois, ganhando assim o formato de ampulheta, com um compartimento superior do tamanho de uma xícara de café e outro maior na parte inferior. Minimamente invasivo, não altera o processo digestivo e tem baixo índice de complicações pós-operatórias. Contudo, o paciente (viciado) pode enganar a “banda” ingerindo líquidos hipercalóricos que não são barrados pelo anel. Mesmo seguindo a dieta a risca, a perda estimada após 14 meses é de 60% a 70% não do peso, mas do excesso de peso.
2. Bypass gástrico ou técnica de Fobi-Capela: A parte superior do estomago é separada do resto e grampeada horizontalmente, reduzindo o tamanho em 80%, e forçando o paciente a comer pouco e devagar para não vomitar. A digestão também é alterada: o estomago é ligado diretamente ao íleo - oclusão do intestino que produz dores ou cólicas. Após 18 meses, os pacientes perdem 80% do excesso de peso e “na maioria das vezes não voltam a engordar”. Entretanto, como o alimento não é bem absorvido, o paciente pode ficar com carência de vitaminas. Os grampos podem abrir-se, espalhar liquido intestinal pelo organismo e causar septicemia - infecção sanguínea - por exemplo.
3. Switch Duodenal ou técnica de Scopinaro: O estomago é grampeado, reduzindo seu tamanho em 60% a 70%. O duodeno e o jejuno são isolados e o alimento só entra em contato com o suco gástrico no fim do íleo, já bem perto do intestino grosso. Diz-se que este procedimento permite que o paciente coma mais do que nas outras técnicas e, ainda assim emagreça. Contudo, o paciente pode desenvolver anemia e osteoporose por causa da má absorção.
Mas, vamos ouvir o que dizem os médicos a este respeito: Dois cirurgiões gástricos paulistas dizem ter feito 120 cirurgias bariátricas em crianças e jovens de 11 a 17 anos, a maioria nos últimos dois anos. Na há estatísticas oficiais sobre esta cirurgia na infância nem estudos sobre a segurança da técnica neste publico. Para alguns pediatras e endocrinologistas, a cirurgia é temerária antes do fim da fase de crescimento – em geral, a partir dos 14 anos nas meninas e 15 anos nos meninos – porque pode afetar a formação óssea.
Um dos perigos apontados pelos especialistas é o de a cirurgia afetar o processo de crescimento da criança, em razão da deficiência de vitaminas e minerais que pode ser gerada. Também pode haver danos psicológicos. Não se imaginava que isso tivesse que acontecer com crianças, por isso este aspecto não é estudado como deveria ser. Mesmo assim, dos 16 anos em diante ainda é uma fase nebulosa.
Fonte: Jornal Folha do dia 1 de maio 2005

Nos cenários deste capítulo, elaborado com o intuito de auxiliar na salvaguarda da saúde física e mental, para fugir dos efeitos colaterais da visão mecanicista praticada pela medicina, incluiremos a doença da insônia, visto que é esta também é um corredor que desemboca nas demais que foram abordadas.
“Acho que escutei uma voz gritar: nunca mais dormiras! Mac-Beth assassinou o sono!... O sono dos inocentes, sono que deslinda a meada enredada das preocupações, a morte da vida de cada dia, banho reparador do trabalho doloroso, balsamo das almas feridas, segundo prato na mesa da grande Natureza, principal alimento do festim da vida”.
William Shakespeare, Macbeth, ato II, cena 2
Nas linhas acima, William Shakespeare captou o valor de uma boa noite de sono. Quem, como o torturado Mac-beth, o rei da tragédia que leva seu nome, não sofreu com pelo menos uma noite em claro? É bom que se diga que no tempo do dramaturgo, que viveu na Inglaterra do século XVI, às noites eram bem mais repousantes que as atuais. Dorme-se hoje em media sete horas por noite, noventa minutos menos do que se dormia nos séculos passados. No período anterior à luz elétrica, homens e mulheres costumavam ir para a cama no inicio da noite. Acordavam no meio da madrugada para tomar um lanche e, em seguida, voltavam a dormir até o sol raiar. A redução de uma hora e meia no descanso diário é decorrência do excesso de iluminação e de barulho noite adentro, da vida sedentária e dos horários irregulares, do stress profissional, da televisão...Enfim, de um mundo que nunca dorme.
Metade da população adulta do Brasil experimenta pelo menos uma noite mal dormida por semana. Não é o suficiente para causar danos permanentes, e volta-se ao normal uma vez que se tenha dormido. Ainda assim, o dia seguinte é de amargar. Há uma perceptível redução no desempenho, na criatividade, nos reflexos, e os nervos ficam à flor da pele. Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo estimou a queda na atenção causada por duas noites insones como o equivalente ao consumo de três doses de uísque. Por isso se recomenda a quem dorme mal que evite dirigir ou operar maquinas. Dados do Brasil indicam que 10% de todos os acidentes de transito envolvem um motorista sonolento ou adormecido. As conseqüências são bem mais severas quando o debito de sono se prolonga por períodos maiores – uma semana dormindo poucas horas por noite, por exemplo. Nesse caso, os efeitos sobre o metabolismo são parecidos com os do processo de envelhecimento. “A sociedade nos estimula a dormir tarde e a acordar cedo, reduzindo assim o período destinado ao sono”, diz o neurofisiologista Flávio Alóe, do Centro de Sono do Hospital das Clinicas de São Paulo. “Dessa forma, muita gente não dorme o suficiente para ter uma vida saudável”.
Diferentemente do que se acreditava no passado, sabe-se hoje que é possível curar a maioria dos casos de insônia sem tratamentos pesados nem remédios fortíssimos. Estudos recentes apontam que na maior parte das vezes ela é causada pelos maus hábitos do dia-a-dia. Uma dessas pesquisas foi realizada em fevereiro com estudantes na Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, e mostrou que o numero de jovens que procuram ajuda medica para combater a insônia aumentou mais de 100% nos últimos quatorze anos. Hoje, os estudantes americanos não dormem mais de sete horas por noite, quarenta minutos menos do que costumavam dormir na década de 90. O principal motivo, segundo os pesquisadores, é a falta de rotina na hora de ir para a cama. Devido aos exames da faculdade, eles se habituam a ficar acordados durante a madrugada para estudar e levantar cedo para ir à aula. Quando tentam ir dormir mais cedo, não conseguem conciliar o sono. A solução para esses casos é fazer uma mudança de hábitos, como modificar o horário em que se vai dormir. Muitas vezes, passar menos tempo na cama em vez de ficar a madrugada rolando de um lado para o outro pode contribuir para um sono de maior qualidade.
A VJ Sarah Oliveira, 24 anos, tem dificuldades para dormir desde criança. “Eu acordava todos os dias às seis e meia horas da manhã para ir à escola, mas não conseguia dormir antes de uma hora”, conta. Há três anos, ela atravessou um momento complicado na vida profissional e amorosa e passou a depender de tranqüilizantes para dormir. Foi então que resolveu combater a insônia com mudanças de hábitos. Não faz mais ginástica à noite, cortou alimentos estimulantes depois do jantar, entre eles chocolate, e começou a usar medicamentos homeopáticos. A nova rotina melhorou suas noites, mas ela ainda perde o sono com facilidade. “Isso me incomoda um pouco, mas minha vida já melhorou bastante”, diz. Também é importante seguir uma dieta alimentar saudável e praticar exercícios físicos moderados, como yoga e natação. Essas medidas simples resolvem o problema de até 70% dos insones. “Adotar uma rotina, entre elas dormir e levantar no mesmo horário todos os dias é o melhor remédio para ter uma boa noite de sono”, disse a Veja o neurologista americano Clifford Saper, da Universidade Harvard e um dos especialistas mais respeitados nesse assunto.
O problema é que nem sempre é fácil manter um horário fixo para dormir ou ter uma rotina saudável. A maioria das pessoas não perde horas de sono por opção, mas simplesmente porque não consegue abrir mão da enorme quantidade de tarefas e preocupações que tem no dia-a-dia. Para esses casos, as clinicas de estudo do sono dispõem de tratamentos que ajudam homens, mulheres e até crianças a lidar melhor com as principais causas da insônia, como o stress e a ansiedade. Nos passamos um terço de nossa vida dormindo – ou, pelo menos, deveríamos. Até uns sessenta anos atrás, os cientistas viam o sono apenas como uma pausa para o descanso, uma espécie de buraco negro cuja única característica notável era a inconsciência. Tudo isso mudou repentinamente com a invenção das maquinas de eletroencefalograma, que registram a atividade elétrica do cérebro. O estudo das ondas cerebrais demonstrou que o sono não é uma espécie de morte ou desmaio, e sim um período de complexa atividade. Foi, por assim dizer, o despertar da ciência do sono. Em 1937, descobriram-se as fases distintas que se alteram em ciclos durante a noite. Em 1953, percebeu-se que no decorrer do sono os olhos se mexem rapidamente, prova segura de que muitos sentidos continuam funcionando normalmente. “Aprendeu-se mais sobre o sono nos últimos trinta anos que em toda a história anterior da medicina”, diz Flávio Aloé. As descobertas mais sensacionais aconteceram recentemente. Veja algumas delas:
· O botão liga-desliga - Trata-se de um conjunto de células cerebrais só ativado quando o indivíduo dorme. Apelidado de “sleep switch” - interruptor do sono, em inglês - desliga determinadas funções cerebrais para que o sono ocorra. A quantidade de células do “sleep switch” tende a cair com o passar dos anos. Isso pode explicar por que os idosos dormem menos. É o mais perto que já se chegou da total compreensão do mecanismo do sono. Infelizmente, ainda não podemos apertar o botão do sono por nos mesmos.
· A molécula do despertar – Em 1999, duas pesquisas separadas, uma na Stanford e outra na Universidade do Texas, chegaram à mesma conclusão sobre as causas genéticas da narcolepsia, doença neurológica em que o paciente cai adormecido inesperadamente: ela se dá pela falta de um neurotransmissor, a hipocretina. É provável que a hipocretina seja o elemento químico responsável por virar o sleep switch para a posição acordado. Em teoria, com a hipocretina é possível criar uma droga para nos manter acordados por longos períodos de tempo. Ainda não se tem essa pílula milagrosa, mas, como muita coisa na industria farmacológica, é uma questão de tempo.
· O indutor do sono – A melatonina, o hormônio que induz o sono só é produzido no escuro, foi estudado há fundo pela primeira vez por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Israel. O que descobriram foi à importância do relógio biológico e das condições ambientais para o sono. O cérebro começa a secretar a melatonina entre 21 e 22 horas e só para pela manhã. Como o hormônio leva duas horas para fazer efeito, o ideal é ir dormir ás 23 horas. O pior momento é por volta das 19 horas, quando a quantidade do hormônio no organismo ainda está muito baixa.
Os cientistas dividem o sono em dois tipos: REM, a sigla inglesa para os movimentos oculares rápidos, e não-REM, também chamado de sono quieto. Neste ultimo, as atividades mentais ficam vagarosas, ocorrem movimentos corporais e a pessoa mergulha lentamente no sono mais profundo. No REM, o período em que mais se sonha, a atividade cerebral é intensa, mas o corpo dorme pesado. O processo do sono é dividido em cinco etapas. Nas duas primeiras, apenas se cochila. Na terceira e na quarta, o sono é profundo e na quinta, ocorre à maioria dos sonhos. Esse ciclo se repete quatro ou cinco vezes por noite. Quem tem dificuldade para dormir pode não conseguir chegar aos estágios finais. “Há casos em que a pessoa apenas cochila a noite inteira e só percebe que dormiu mal porque fica irritada, ansiosa e cansada durante todo o dia”, diz o medico Sérgio Tufik, diretor do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo.
A maioria dos adultos precisa dormir de sete a nove horas por noite, mas essa quantidade pode variar muito de uma pessoa para outra. Algumas só precisam de quatro ou cinco horas de sono. A qualidade é que importa.
Nosso relógio biológico determina que necessitamos dormir certo numero de horas a cada 24 horas para podermos funcionar. Mas os médicos ainda não sabem com total segurança por que as pessoas precisam dormir. Uma das hipóteses mais aceita é que o sono tem a função de repor a energia cerebral. “Novos estudos sugerem que as reservas de energia do cérebro, que garantem seu bom funcionamento, se esgotariam caso não houvesse a chance de a mente se restabelecer durante o sono”, diz o neurologista americano Saper.
Durante o ciclo do sono, o cérebro consolida as informações recebidas ao longo do dia. Seleciona as que serão guardadas na memória e descarta as supérfluas. O processo ocorre principalmente durante o estágio REM, aquele em que se sonha, mas a relação entre sonho e memória ainda não está muito clara para os cientistas. É bem possível que os sonhos – que Sigmund Freud considerava reveladoras manifestações do inconsciente – sejam meros reflexos da faxina nos neurônios da memória.
Noites mal dormidas provocam envelhecimento precoce porque 70% do GH, hormônio do crescimento responsável pela renovação das células e tonificação da pele, é secretado durante o sono pela hipófise, glândula localizada na base do cérebro. A deficiência do GH no organismo causa enfraquecimento dos ossos, perda da massa muscular e flacidez.
Falta de sono de boa qualidade e na duração necessária também provoca depressão, hipertensão, contribui para o infarto, o derrame cerebral e o agravamento da diabete. Os distúrbios do sono são, por sinal, sintomas comuns da depressão. A insônia altera o metabolismo e o funcionamento do sistema nervoso, prejudicando as outras funções do organismo.
Em 2002, pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, divulgaram o resultado de um amplo estudo sobre os hábitos de sono de um grupo de 5000 moradores da cidade japonesa de Gifu. Conclusão: o risco de morte para quem dorme menos de sete horas por dia era duas vezes maior que o daqueles cujo descanso variava de sete a dez horas. Se você acha tudo isso um tanto remoto, saiba que dormir mal acarreta outro efeito rápido e desagradável: a obesidade. A antiga suspeita de que a gordura é a insônia andam de mão dadas foi confirmada recentemente por um estudo da Universidade de Chicago. Depois de dormir por apenas quatro horas durante seis noites consecutivas, universitários jovens, magro e saudáveis, que participaram como voluntários da pesquisa, apresentaram metabolismo igual ao de idosos. Devido à falta de sono, a capacidade de processar o açúcar no sangue tinha sido reduzida em 30% e a alta taxa de glicose fez aumentar a produção doe hormônio insulina em excesso. A insulina faz com que o organismo retenha mais gordura e aumente o tamanho das células adiposas - a gordura que se acumula ao redor da cintura. O nível de cortisol, o hormônio do stress, também subiu drasticamente.”Tivemos resultados mais compatíveis com homens de 60 anos de idade do que com jovens saudáveis de 20 anos”, diz a médica americana Eve Van Cauter, que coordenou o trabalho.
A insônia é classificada de acordo com a sua duração. É considerada leve se dura apenas alguns dias, média se permanece algumas semanas e crônica se persiste por mais de um mês. A leve geralmente é causada por problemas do cotidiano, como briga com o namorado ou a namorada, desemprego, excesso de trabalho. Pode-se transformar em uma insônia de média intensidade e durar por algumas semanas, mas apenas a crônica necessita de tratamento. Estima-se que 51 milhões de brasileiros acima dos 18 anos tenham dificuldades para dormir. Pelo menos 1.5 milhão só dorme com medicação. A situação é mais grave nas metrópoles, onde se acredita que mais da metade da população durma menos do que deveria. Policiais, médicos e outros profissionais que trabalham em turnos são mais propensos a ter problema de sono. No momento em que deveriam dormir, estão na ativa.
O sono durante o dia é de pior qualidade devido à luminosidade, ao barulho e a temperatura mais elevada. Muitas vezes, uma boa noite de sono pode ser conseguida com soluções relativamente simples. Travesseiro ou um colchão mais confortável, por exemplo. Cortinas para escurecer o quarto e isolar o barulho externo resolvem muitos casos.
A instalação de ar-condicionado é uma boa providencia em lugares muito quentes, pois se dorme melhor com a temperatura entre 17 e 20 graus.
Como passo inicial de um tratamento contra a insônia, é comum que o paciente passe uma noite em uma clinica especializada e se submeta a polissonografia, exame que monitora o sono com aparelhos. O principal objetivo é saber se a má qualidade do descanso noturno é ou não conseqüência de apnéia, a respiração durante o sono. Para esse caso, há tratamentos específicos, incluindo cirurgias. Para a maioria, existem outros métodos que permitem aliviar a tensão e controlar a ansiedade. Um deles, bastante usado, é o biofeedback, que ensina como relaxar os músculos por meio de um aparelho ligado ao corpo. Quando o paciente tenciona os músculos, a maquina faz ruído. Ao relaxar, o ruído diminui. O objetivo é fazer com que o insone tenha consciência do próprio stress e perceba como é possível relaxar. Alguns pacientes se submetem a sessões de terapia com psicólogos que ajudam homens e mulheres a lidar melhor com as preocupações do dia-a-dia. “Um dos grandes vilões do sono é a ansiedade na hora de dormir”, diz a psicóloga Van Sartori, pesquisadora do Instituto do Sono na Universidade Federal de São Paulo. “O insone fica tão preocupado com o que precisa resolver no dia seguinte que não consegue pegar no sono”.
O Brasil é o país que mais estuda os distúrbios do sono na América Latina e, ao lado dos Estados Unidos e da Alemanha, está entre os que mais se preocupam com o tema. No inicio da década de 90, quando o assunto começou a ganhar importância por aqui, havia 50 clinicas especializadas em todo o país. Hoje, são 150 - grande parte em São Paulo.
O Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo atende cinqüenta pessoas por dia, com fila de espera. São homens e mulheres que demoram mais de uma hora para pegar no sono e, quando conseguem, dormem leve, acordando varias vezes. Não é difícil encontrar no corredor do instituto insones que adormecem duas a três horas por noite há mais de cinco anos e passam duas noites em claro quase todas as semanas.
Pelos menos 10% dos pacientes são crianças com sonambulismo, bruxismo - o distúrbio que faz ranger os dentes durante o sono - e também insônia. A capacidade de dormir diminui com a idade, principalmente para quem sofre de certas doenças, como a hipertensão. No passado, os despertares rápidos durante a noite começavam por volta dos 45 anos. Hoje, com a Internet e os videogames conspirando para manter todo mundo elétrico até altas horas, há crianças e adolescentes em busca de tratamento nos consultórios especializados. Quase 90% das pessoas que procuram as clinicas conseguem sair com alguma solução para tentar resolver o problema. A principal característica de uma noite bem-dormida é a sensação de bem-estar ao acordar. É isso que todo mundo busca a cada noite ao colocar a cabeça no travesseiro





Fonte: revista Veja de 24 de setembro 2004

Uma curiosidade: quando e como foi descoberto que a má alimentação era nociva? Na metade do VIII século os médicos holandeses notaram que nos seus navios que seguiam a rota Amsterdam-Java, passou a ter uma particular incidência de marinheiros que se enfartavam a partir do momento em que, por motivos econômicos, os navios que iam para as ilhas canárias deixaram de interromper suas viagens para embarcar peixe, verdura e cocos frescos. Sem estes alimentos, os tripulantes passaram a ser alimentados diariamente com carne seca, arroz e batatas.
Com esta dieta, alem do escorbuto, começou a aparecer uma forte incidência de ictus e enfartes. Buscando as causas, os médicos holandeses notaram a presencia no sangue de maciças doses de colesterol ruim (LDL) que, por exemplo, os carregadores de Java e os indígenas não possuíam. Contudo, se estes indonésios passavam a trabalhar nos mesmos navios, em algum tempo estes sintomas apareciam. Os médicos deduziram então que o assassino era o excesso de colesterol. Desde aquele momento, portanto há mais de 1.200 anos, o colesterol é estudado.
O colesterol é fundamental para garantir a vida. O corpo precisa dele para produzir hormônios sexuais, bile, vitamina D, membranas celulares e bainhas dos nervos. O fígado produz aproximadamente um grama de colesterol por dia, que é a quantidade suficiente de que o corpo necessita.
Muitos fatores como exercícios físicos, predisposição genética, sexo e outros componentes da alimentação influenciam o modo como o corpo humano processa o colesterol. Algumas pessoas podem consumir algumas gorduras e ainda assim mantem o colesterol no nível adequado, enquanto outras, ingerindo em alguns casos até menos, apresentam um alto teor de colesterol no sangue.
Para verificar os níveis de colesterol no sangue o médico primeiramente mede a quantidade total existente em um decilitro de sangue, sendo aceitável qualquer quantidade abaixo de 180 miligramas por decilitro. Os órgãos de saúde recomendam mudanças nos hábitos alimentares de pessoas que têm um colesterol total acima de 180 mg. Exercícios físicos e a redução no consumo de gorduras é um método eficaz.
Seu médico solicitou um exame e descobriu que seu colesterol está mais alto do que devia? Bem, você já sabe o que deve ser feito: estabelecer um horário para se exercitar diariamente e definir uma disciplina para reeducar seus hábitos alimentares dentro e fora de casa. Em relação às gorduras a tolerância deve ser zero.
Colesterol, em termos populares, é a "gordura" presente no sangue. É muito importante para o funcionamento do organismo. Mas, como em todas as demais coisas no mundo, em excesso é uma bomba que antes ou depois explode.
Você também já viu o que é o colesterol bom e o ruim. Trata-se do HDL e do LDL respectivamente. Cerca de 70% do colesterol presente em nosso corpo é produzido pelo fígado e encontra-se em sua maioria na bílis. O HDL é de alta densidade enquanto o LDL possui densidade baixa. É aí que a diferença é crucial: o colesterol bom não é absorvido pelas células, e ainda ajuda a diminuir o índice de LDL que, por surtir efeito inverso, é extremamente perigoso.
CAUSAS DE MORTE DE TODA A POPULAÇÃO MUNDIAL EM 1999
Fonte: Organização Mundial da Saúde “OMS”

Patologias % Numero decessos
Infectivas e parasitárias 25.0 14.025.000 Tuberculose 3,0 1.669.000 doença sexuais (sem AIDS) 0,3 178.000 AIDS 4.8 2.673.000 Diarréia 4,0 2.213.000 Doenças infantis 2.8 1.554.000 Meningite 0,3 171.000 Hepatite 0,2 124.000 Malaria 1.9 1.086.000 Doenças tropicais 0,3 171.000 Lepra 0,1 3.000 Infecções respiratórias 7.2 4.039.000 Doenças ligadas ao parto 0,9 497.000 Doenças pré-natais 4.2 2.356.000 Nutricionais 0,9 493.000 Tumores 12,8 7.167.000 Diabete 1.4 777.000
Doenças neuropsiquiátricas 1,6 911.000
Doenças cardiovasculares 30,3 16.970.000 Doenças do aparato digestivo 3,7 2.049.000 Doenças do aparato genital e urinário 1.6 900.000 Doenças da pele, esqueleto e músculos 0,3 168.000 Anomalias congênitas 1.2 652.000 Mortes acidentais involuntárias 6,1 3.412.000
Acidentes estradais 2,2 1.230.000 Envenenamentos 0,5 257.000 Quedas e queimaduras 1,1 605.000 Outros acidentes 2,3 1.312.000
Mortes violentas 3,0 1.689.000 Suicídios 1,6 893.000 Homicídios e violências 0,9 527.000 Guerras 0,5 269.000
Total 100,0 70.441.500

III
ESCULPINDO AS FORMAS

GENESE PLANETARIA
A imensidão cósmica é o inexaurível manancial do elemento conhecido como Plasma Divino, Fluído Cósmico, Hausto do Criador ou Força Nervosa do Todo Sábio, onde vibram e vivem, morrem e renascem, constelações, sois, mundos e seres como peixes no oceano.
Nessa substancia original, ao influxo do próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão indescritível – (os grandes Devas da teologia Hindu ou os Arcanjos da interpretação de vários templos religiosos), extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia com que constroem os sistemas da imensidade, em serviço de Co-Criação em plano maior, de conformidade com os desígnios do Todo Misericordioso, que faz deles agentes orientadores da Criação Excelsa.
Essas Inteligências Gloriosas tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas de múltiplas expressões, radiantes ou obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam, e se transformam por fim, de vez que o Espírito Criado pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade.
Toda essa riqueza de plasmagem, nas linhas da Criação, ergue-se à base de corpúsculos sob irradiações da mente, corpúsculos e irradiações que, no estado atual dos nossos conhecimentos, embora estejamos fora do plano físico, não podemos definir em sua multiplicidade e configuração, porquanto a morte apenas dilata as nossas concepções e nos aclara a introspecção, iluminando-nos o senso moral, sem resolver, de maneira absoluta, os problemas que o universo nos propõe, com seus espetáculos de grandeza.
Sob a orientação das inteligências superiores, congregam-se os átomos em colméias imensa, e, sob a pressão, espiritualmente dirigida, de ondas eletromagnéticas, são controladamente reduzidas às áreas espaciais intra-atomicas, sem perda do movimento, para que se transformem na massa nuclear adensada, de que se esculpem os planetas, em cujo seio as mônadas celestes encontrarão adequado berço ao desenvolvimento.
Semelhantes mundos servem à finalidade a que se destinam, por longas eras consagradas à evolução do Espírito, até que, pela sobrepressão sistemática, sofram o colapso atômico pelo qual se transmutam em astros cadaverizados. Essas esferas mortas, contudo, volvem a novas diretrizes dos Agentes Divinos, que dispõem sobre a desintegração dos materiais de superfície, dando ensejo a que os elementos comprimidos se libertem através de explosão ordenada, surgindo novo acervo corpuscular para a reconstrução das moradias celestes, nas quais a obra de Deus se estende e perpetua, em sua glória criativa.
Fonte: Livro “Evolução em Dois Mundos”, pelo espírito de André Luiz
e psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

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